Um dia deixa de fazer sentido olhar para trás
Sentei-me, com um calor bom e um espaço em branco para escrever e pareceu-me bem escrever sobre o facto de ter escolhido a não possibilidade de o meu pescoço rodar. Sim, parece que se tornara impossível ver parte da minha omoplata. E até me dava algum prazer, pois acredito que tenho umas costas bonitas e essas têm inicio nos meus ombros.
Eu tinha 5 anos quando tive a minha festa de anos mais fantástica, estava num local que eu gostava, com muitos amigos e tinha uma montanha de prendas para abrir e lembro que me senti só. Isso, para mim, é bom! Eu preciso de espaço, de me sentir só, comigo! Um alinhamento que me auxilia a ouvir o meu respirar, o meu corpo e a respeita-lo enquanto meu. Talvez tenha sido nestes momentos que comecei apreciar olhar as minhas costas, até onde conseguia. Estava comigo e estar comigo satisfaz-me!
Aceito que muitas vezes choro pelo passado, por pensar que ele já não está cá. Mas a maior parte das vezes falo nele para me recordar das coisas que fiz e que gostei de fazer e me fazem ser o que eu sou! Ajudas ou desajudas no meu crescimento…eu acredito que tudo ajuda, pois tudo me construi.
Mas hoje é um dia em que eu decidi que as minhas costas já são bonitas e que tal fazer com que a minha barriga, o meu umbigo fossem igualmente bonitos. Olhar para a frente, fazer da minha frente o melhor de mim. Esta é a minha decisão, a minha tomada de posição.
Para que seja possível olhar à minha frente, não posso deixar de olhar as minhas costas, mas sem dúvida que o meu foco, o meu caminho vai passar pelo meu umbigo, pelo meu fazer, pelo meu gostar.
Assim, o feitiço desta semana é fazer com que o teu pescoço se vire até que vejas as tuas costas, mas até ao ponto necessário para que não te esqueças que tens frente, que tens futuro e que se não o vires ele vem igualmente.
As escolhas são sempre tuas, mesmo quando pensas que não escolhes.