27
Abr 11

Deixa fluir

Estes dias de sol, sim existiram alguns com chuva em alguns momentos bem pesada e fria, e foi mesmo muito bom poder usufruir de diferentes estado durante apenas 4 dias.

 

Começamos na sexta-feira, num acordar lento, muito lento mesmo...Depois, fazer as malas que iamos, como diz a minha filha quando vê uma mala "de Férias". E ela não deixa de ter alguma razão, mesmo quando é para ficar na casa dos avós que fica a menos de 2 km da dela...O facto é que são férias, do seu espaço, das suas coisas, da sua cama, dos brinquedos habituais...Afinal será isso férias? Quando decidimos dar um novo espaço ao nosso dia, quando decidimos mudar os moveis lá de casa da esquerda para a direita.

 

Férias, época de repouso! Boa então eu posso repousar quando estou a ler um bom livro, eu posso repousar quando vou ao parque com a minha princesa e corro, corro muito, repouso quando beijo o meu companheiro e me deixo estar nos seus braços... Então, eu posso escolher as minhas férias e para isso talvez não tenha sequer de gastar dinheiro, nem tão pouco sair da minha cidade.

 

Admiro as pessoas, as várias pessoas que durante este período se deslocaram para o Sul do pais e chegando a casa dizem. "Foi pena o tempo", "com Sol é que tinha sido bom"...e então esta questão de poder escolher o significado que damos às coisas...Férias é quando eu quiser e para tal basta repousar!

 

Boas Férias!

publicado por Momento de Mudança às 14:48 | comentar | ver comentários (1) | favorito
música: http://www.youtube.com/watch?v=uEVDz3nV_RM&feature=related
11
Jan 11

Quero ser um canguru!

A minha filha ontem saiu-se com esta: Mãe, porque não podemos ser como os cangurus?


Ah! …Respondi eu. Não entendendo a que parte do animal ou atributo se referia. Ela com uma voz desconfiada disse: Entendes, não entendes? E eu assumi que de facto não era uma informação muito clara para mim.


- Como assim, filha? Cangurus como? Achei melhor perguntar.


- Tu tinhas uma bolsa para eu poder andar lá dentro, quentinha e sempre contigo.


- Ah! Uma bolsa…e como é que tu ias andar sempre comigo. E a escola, e os teus amigos?


- Havia dias em que eu não ia contigo e ia ter com eles, quando me apetecesse. Não era obrigada, entendes?


Claro que entendo filha! E seria mesmo muito bom que cada indivíduo pudesse ter a noção clara que tem escolhas, que de facto existem dias que não apetece (a palavra apetite é entendida por mim como escolha, decisão) e que muito provavelmente o que vamos fazer nesse dia, se não nulo, ou de qualidade satisfatória.


Alguns de vocês estão a dizer, pois eu que dissesse ao meu patrão que não me apetecia trabalhar. Eu que dissesse ao meu pai que não me apetece ir à escola, ou ao meu marido que não me apeteceu fazer o jantar. Evidente que cada uma destas situações, ditas e expostas desta forma, tinham grandes probabilidades de ser motivo para uma discussão séria e atitudes mais dramáticas.


Um dia, na fase em que eu fazia recrutamento e selecção, pedi a uma colega que me fizesse duas das entrevistas marcadas para mim. Expliquei que estava preocupada com um assunto pessoal e que não me sentia confortável para ouvir outra pessoa. Ela, amavelmente, fez as entrevistas e muito bem, por sinal. No dia em essa colega, sentiu a mesma sensação pediu-me para fazer o mesmo por ela. Qual o resultado desta situação? Entrevistas realizadas profissionalmente, uma boa e eficaz avaliação dos candidatos, tempo ganho em novas entrevistas, porque tínhamos dúvidas, afinal não ouvimos como seria necessário ter ouvido!


Acordar de manhã e ligar ao chefe a dizer que não se vai trabalhar, porque decidimos que não estamos rentáveis, pode não ser uma boa opção, e claro que depende do chefe! No entanto, ir trabalhar com a noção que os nossos recursos para realizar a tal tarefa se forma extraordinária poderão não estar disponíveis naquele momento poderá ser uma atitude sábia. E depois é só escolher: Ficar igual, alterar o estado, fazer outras tarefas, alterar apenas da parte da tarde…bem é um sem fim de possibilidades.


Desta forma, “obrigado a fazer algo” ninguém é, apenas não está disponível para assumir as consequências de fazer algo. Assim a minha menina não é obrigada a ir à escola, e no entanto vai, sem birra, sem queixume, porque em algum momento ela escolhe, todos os dias pela amanhã que mesmo que por momentos não lhe apeteça ir, não está disponível a assumir as consequências ou mesmo que, claro que existem coisas que se podem fazer melhores que ir à escola, e na escola também existem coisas boas.

publicado por Momento de Mudança às 15:39 | comentar | favorito
14
Dez 10

Significados e significados

Tenho dias em que fico muito grata por ter aprendido, por ter tido alguém que me tenha mostrado.


Ontem a minha pequena Adriana ficou desidratada, isto após um dia de má disposição e decidimos ir ao Hospital. A Adriana, embora estivesse adoentada mantinha o bom humor e muita boa disposição (porque seria?). Sim, talvez pela minha forma de colocar a situação. Porque a decisão de ir a uma unidade de saúde foi, de facto, dela. E existem coisas que temos que fazer se queremos ficar melhores, logo chorar por isso poderá não ser muito coerente!


Foram algumas horas num ambiente carregado, choroso e em alguns momentos dramático, pois existem meninos que têm que ficar mais tempo, que têm mais desafios a nível de saúde. A minha filha manteve a boa disposição durante algumas horas, e  sem saber como,  tinham  já passado umas 4 horas de soro foi quando começou a chorar…de onde aquilo vinha eu não sei. Talvez imagine!

 

Uma folha de papel, um lápis e uma brincadeira com as suas pernas e ups, já está! Voltou a sorrir, a falar e até a fazer-me cócegas! Fiquei feliz…e a minha princesa também. Falamos muito nestas horas, e ela foi colocando as suas dúvidas sobre os processos médicos e sobre os processos das pessoas.


Porque chora aquela menina mãe? Mamã, porque é que aquela senhora está triste? E por aí fora. E eu foi perguntando: O que vês? Foi muito engraçado deparar que ela observa bem, e até conseguiu dizer: Se ela se risse o menino já não chorava, não achas? Pois, talvez tenhas razão minha menina de 4 anos…talvez se nos ligássemos menos à doença ela perdesse a força. E talvez o mesmo acontece se nos ligarmos menos à dor, ao sofrimento, a desilusão.


Reconheço que muitas vezes é mais fácil falar de dor, doença, mal-estar, desilusão, frustração e todos os “ãos” dos mundo…E se fosse possível ficarmos ligados ao bem-estar, à aprendizagem, à gratidão. Talvez não tivéssemos tanto carinho espontâneo, por parte dos outros que com pena se dedicam a nós, mas talvez fosse mais sincero. Talvez pudesse influenciar pessoas pela positividade.


Hoje, já melhor, é muito engraçado ver como se ligou ao adesivo que traz na mão…afinal ele trouxe-lhe atenção, muito mimo, muito carinho, músicas, desenhos e tal e tal…até eu me ligava! E nós vamos tira-lo como comemoração da sua recuperação, da sua limpeza e da sua coragem!


Comemorar faz bem! Hoje nós comemoramos a saúde, a coragem.

publicado por Momento de Mudança às 11:24 | comentar | favorito
05
Ago 10

Um dia deixa de fazer sentido olhar para trás

Sentei-me, com um calor bom e um espaço em branco para escrever e pareceu-me bem escrever sobre o facto de ter escolhido a não possibilidade de o meu pescoço rodar. Sim, parece que se tornara impossível ver parte da minha omoplata. E até me dava algum prazer, pois acredito que tenho umas costas bonitas e essas têm inicio nos meus ombros.


Eu tinha 5 anos quando tive a minha festa de anos mais fantástica, estava num local que eu gostava, com muitos amigos e tinha uma montanha de prendas para abrir e lembro que me senti só. Isso, para mim, é bom! Eu preciso de espaço, de me sentir só, comigo! Um alinhamento que me auxilia a ouvir o meu respirar, o meu corpo e a respeita-lo enquanto meu. Talvez tenha sido nestes momentos que comecei apreciar olhar as minhas costas, até onde conseguia. Estava comigo e estar comigo satisfaz-me!


Aceito que muitas vezes choro pelo passado, por pensar que ele já não está cá. Mas a maior parte das vezes falo nele para me recordar das coisas que fiz e que gostei de fazer e me fazem ser o que eu sou! Ajudas ou desajudas no meu crescimento…eu acredito que tudo ajuda, pois tudo me construi.


Mas hoje é um dia em que eu decidi que as minhas costas já são bonitas e que tal fazer com que a minha barriga, o meu umbigo fossem igualmente bonitos. Olhar para a frente, fazer da minha frente o melhor de mim. Esta é a minha decisão, a minha tomada de posição.


Para que seja possível olhar à minha frente, não posso deixar de olhar as minhas costas, mas sem dúvida que o meu foco, o meu caminho vai passar pelo meu umbigo, pelo meu fazer, pelo meu gostar.


Assim, o feitiço desta semana é fazer com que o teu pescoço se vire até que vejas as tuas costas, mas até ao ponto necessário para que não te esqueças que tens frente, que tens futuro e que se não o vires ele vem igualmente.


As escolhas são sempre tuas, mesmo quando pensas que não escolhes.

publicado por Momento de Mudança às 22:25 | comentar | favorito