21
Jun 11

Descobrir ou Achar-me?

 

 
 
 

A alguns dias atrás e em brincadeira, comecei a disparar o flash da máquina e de leve fui descobrindo o meu rosto.  Engraçado que fazia algum tempo que não me via, de forma tão nítida.


Foi mudando de posição, de gestos, de sitio e alterando o meu olhar de forma a escolher o meu mais olhar. Aquele que eu sentia que era mais meu (como se os outros não fossem) e queria escolher aquele que quero manter mais vezes.

 

Aquele que fez com que tu me chamasses flor do monte, silvestre, forte e quente, suave e meiga, agarrada à vida e à felicidade e queria reconhecer esse rosto. De 19 anos, em que eu queria mudar o mundo de fora para dentro e em que algumas coisas me magoavam tanto, me feriam quase de morte. Eu tenho, ainda esse sorriso, esse olhar. Agora quero mudar o mundo de dentro para fora, quero deixar de magoar e quero abraçar!

 

Eu descobri-me ou achai-me no eu de mim própria, ainda não sei! E talvez não seja assim tão importante.

 

Olho para esta foto e vejo a minha história. É engraçado como uma foto pode contar a nossa história de forma tão clara. Lembro do que pensava das minhas sardas, das minhas rugas e o meu sorriso agora mais tranquilo. O meu olhar grande para o mundo que agora decidi que não quero tapar mais!

 

Aos dezanove anos eu tinha a força da um furacão e alguns amigos lembram bem esse tempo, essas histórias de busca, de luta, de ideais e agora eu sei que era eu, assim forte com doçura, com a traquinice de uma brincadeira, de um sorriso, de um choro por ver alguém chorar, de estar à chuva só para te abraçar, as noites sem dormir para ouvir aqueles que queriam muito falar, de amparar nas noites sem regra até casa aqueles que já não tinham vontade de ir. Sei que estive lá, para ti, para outros e algumas vezes para mim.

 

 

 

Hoje sinto que cuido de mim para cuidar dos outros. Que de forma forte e tranquila o meu rosto ganha forma, clareza, nitidez

 

publicado por Momento de Mudança às 15:11 | comentar | favorito
09
Nov 10

Um objectivo 2010 - Alcançado!

Hoje é uma partilha especial. Quero partilhar o alcance de um objectivo meu para 2010!

 

No passado domingo, 07 de Novembro, corri a meia-maratona do Porto! Após ter redefinido o meu objectivo, isto porque tinha desenvolvido a maratona como objectivo, parei, ouvi a experiência do fantástico Alexandre Caramez e redefini o meu objectivo e foco para a meia-maratona, 14KM.

 

O dia começou cedo, cheguei às 8h10 à porta principal do Palácio de Cristal, já lá estavam muitos corredores, muitas conversas, muita preparação. E eu, onde estava eu? Naquele momento eu sentia deslocação e estava com a atitude de uma verdadeira corredora. Chegaram os meus companheiros e dali a pouco a partida. Aquele tiro, no meu coração foi a vontade de zarpar dali para fora…a correr claro está!

 

Ao meu lado, José Espírito Santo um amigo que me acompanhou sempre de forma fabulosa e não me deixou quebrar e me fez prometer que não desistia. Após a meta uma enorme, gigante subida e eu desrespeitando o meu bio-ritmo não tinha aquecido antes de iniciar, assim foi uma subida longa, e a recuperação cardíaca demorou e chegou já muito depois da ponte… e por minha responsabilidade, tinha desperdiçado a oportunidade de ganhar algum tempo naquele momento.

 

A partir daqui o meu caminho foi solitário, o José podia e deveria seguir um ritmo mais forte e assim ele foi com a minha promessa de não desistir. Avancei, metro a metro! Como não conhecia o percurso deixei-me ir pelas marcas na estrada e o KM, fui vendo pelos placards na estrada. Este foi um esforço extra para mim, visualizar os Km que me faltavam, sim porque tive que me esforçar para ver os que te tinha feito e não os que me faltavam. Tenho a noção, agora, que perdi recursos com este trabalho e não fui totalmente eficaz. Devagar e ao meu ritmo cheguei à meta e lá me esperava o José e a Teresa.

 

A minha história está ainda incompleta. Pois se eu estava super contente por ter chegado, por ter feito aquele caminho, ainda faltava receber os meus companheiros da maratona. Os 42 KM!

 

E eles foram chegando, cheios de energia, cheios de entrega, de emoção. Chegou o Alexandre, o Peixe e esperávamos o Nuno…e ele chega, cheio de energia, foco e desejo de alcançar a meta!

 

Sinto gratidão por mim, pela experiência, por ter amigos tão focados, tão intensos, tão fortes e poder estar ao seu lado quando coisas grandes acontecem.

Obrigada!

publicado por Momento de Mudança às 15:01 | comentar | ver comentários (1) | favorito
02
Nov 10

...

Tenho-me deparado com algumas pessoas tristes, insatisfeitas e que sentem que nada funciona e isso tem-me feito pensar: O que poderia ser diferente?

 

São pais, são os filhos e até aqueles que decidiram ser solteiros e tios os que se debatem com a insatisfação do dia-a-dia, com a sensação contínua que não fazem o suficiente. E se fizessem? Se um dia destes de facto eles sentissem que tinham feito o que era necessário para se sentirem satisfeitos, o que teriam feito? Esta foi a minha pergunta e a resposta foi: - Não sei o que faria!

Será que não sabe? Ou há algo no seu cérebro, sem que esteja muito certo de como, crie essa sensação de não saber. Será possível o nosso cérebro “trabalhar” como nosso inimigo?

 

Pela minha própria experiência, acredito que muitas das vezes o nosso lado Maquiavel se empenha, de facto, em encontrar formas de nos “minar” as ideias. Que existem momentos em que, como se de um ser inato, se mexesse para atrapalhar. Claro, que isto seria verdadeiro se acreditasse que duas pessoas podem viver dentro do mesmo corpo e, de facto, não acredito! Assim, terei que devolver a questão: Se não é um outro eu que me “mina” as iniciativas, serei sempre eu, eu mesmo? … Tenho a vontade de dizer que sim!

 

Desta forma, cada uma destas pessoas com quem falei me foi revelando por entre palavras, gestos e olhares, que algumas vezes vivia coisas em que não a creditava, fazia coisas que numa outra vida não faria, que alguns dias até sente que deixou a razão em casa! Sim, algumas vezes estamos muito centrados nos outros, nas expectativas dos outros sobre nós e nós também já sabemos que nós gostamos de corresponder, de ser amados, de ser reconhecidos.

 

E o Eu, onde está o Eu? Que EU entrego aos outros, quando nem eu sei onde esse Eu está? Está aí, em ti. Procura, fecha os olhos e encontra, pergunta, bate às várias portas que encontrares e em alguma delas estará o teu Eu.

publicado por Momento de Mudança às 22:17 | comentar | favorito