18
Jan 11

Criatividade...procura-se

Por estes dias tenho chegado algumas vezes ao pensamento sobre o processo criativo e o que ele promove nas relações humanas.

Podemos entender que os comportamentos tendencialmente relacionados com o processo criativo, em potência, serão comportamentos que se definem como efusivos, emocionais, com uma linguagem própria e uma ligação entre percepções distintas das normalizadas.


Ser criativo, acredito eu, é percepcionar um facto externo de forma mais flexível estabelecendo uma nova percepção e desenvolver um novo significado sobre esse mesmo facto externo.


A verdadeira viagem do descobrimento não consiste na procura de novas paisagens, mas em ter novos olhos. (James L. Adams).


Assim, esta premissa fomenta aquilo a que chamamos paradigma de uma forma inequívoca. E este paradigma desenvolve regras e estruturas para o exterior. Estas regras e estruturas baseadas nas perspectivas desenvolvidas, de uma forma simplista, são em si uma realidade para quem as vive. Uma forma de ver o mundo!


Muitas vezes, encontramos o desencontro entre paradigmas que produzem confronto pela obtenção da verdade. Pois as pessoas mais criativas desenvolvem olhares através da regra da flexibilidade, o imaginar que…, e a criação constante de possibilidades através das emoções. Poderá este processo ser “estranho” para quem produz baseado na lógica, nas probabilidades e no contexto da razão. E quem produz melhor resultado? Sinceramente, não sei! Vejo, é, que estes processos de criação de diferentes paradigmas, são em si processos criativos, com regras de procura de fundamento distintos. A ciência não sobreviveria se não existisse no processo científico a criatividade, e o processo artístico não sobrevivia sem conhecimentos científicos. Que seria de Picasso se não conhecesse a reacção das suas pintas à água, se não conhecesse o processo químico da criação de gesso?


Reconheço que muitas vezes a tentativa de entender as mentes mais criativas, poderá tornar-se um processo dramático e que ruma muitas vezes aos estados de frustração. Parece que sempre que lá chegamos estas mentes já estão num outro caminho ou dois passos à frente. Talvez, e porque não! Em vez de tentar entender, aprender a fazer…a criar e deixar que algumas vezes o sentido imediato desvaneça e a razão aparente fique para depois. Tenho tendência a acreditar nos processos criativos para com mais flexibilidade olhar o mundo, e isso sou apenas eu!


Dos momentos que tenho passado com crianças e adolescente, poderei deixar um feitiço que uso algumas vezes: Imagina que….ele tem razão! Imagina que…esta ideia poderá ser o futuro! Imagina que…ele sabe o que faz! Imagina que os somos todos adolescentes! Imagina que querem o melhor para mim! Imagina que ….

 

publicado por Momento de Mudança às 14:27 | comentar | ver comentários (2) | favorito
11
Jan 11

Quero ser um canguru!

A minha filha ontem saiu-se com esta: Mãe, porque não podemos ser como os cangurus?


Ah! …Respondi eu. Não entendendo a que parte do animal ou atributo se referia. Ela com uma voz desconfiada disse: Entendes, não entendes? E eu assumi que de facto não era uma informação muito clara para mim.


- Como assim, filha? Cangurus como? Achei melhor perguntar.


- Tu tinhas uma bolsa para eu poder andar lá dentro, quentinha e sempre contigo.


- Ah! Uma bolsa…e como é que tu ias andar sempre comigo. E a escola, e os teus amigos?


- Havia dias em que eu não ia contigo e ia ter com eles, quando me apetecesse. Não era obrigada, entendes?


Claro que entendo filha! E seria mesmo muito bom que cada indivíduo pudesse ter a noção clara que tem escolhas, que de facto existem dias que não apetece (a palavra apetite é entendida por mim como escolha, decisão) e que muito provavelmente o que vamos fazer nesse dia, se não nulo, ou de qualidade satisfatória.


Alguns de vocês estão a dizer, pois eu que dissesse ao meu patrão que não me apetecia trabalhar. Eu que dissesse ao meu pai que não me apetece ir à escola, ou ao meu marido que não me apeteceu fazer o jantar. Evidente que cada uma destas situações, ditas e expostas desta forma, tinham grandes probabilidades de ser motivo para uma discussão séria e atitudes mais dramáticas.


Um dia, na fase em que eu fazia recrutamento e selecção, pedi a uma colega que me fizesse duas das entrevistas marcadas para mim. Expliquei que estava preocupada com um assunto pessoal e que não me sentia confortável para ouvir outra pessoa. Ela, amavelmente, fez as entrevistas e muito bem, por sinal. No dia em essa colega, sentiu a mesma sensação pediu-me para fazer o mesmo por ela. Qual o resultado desta situação? Entrevistas realizadas profissionalmente, uma boa e eficaz avaliação dos candidatos, tempo ganho em novas entrevistas, porque tínhamos dúvidas, afinal não ouvimos como seria necessário ter ouvido!


Acordar de manhã e ligar ao chefe a dizer que não se vai trabalhar, porque decidimos que não estamos rentáveis, pode não ser uma boa opção, e claro que depende do chefe! No entanto, ir trabalhar com a noção que os nossos recursos para realizar a tal tarefa se forma extraordinária poderão não estar disponíveis naquele momento poderá ser uma atitude sábia. E depois é só escolher: Ficar igual, alterar o estado, fazer outras tarefas, alterar apenas da parte da tarde…bem é um sem fim de possibilidades.


Desta forma, “obrigado a fazer algo” ninguém é, apenas não está disponível para assumir as consequências de fazer algo. Assim a minha menina não é obrigada a ir à escola, e no entanto vai, sem birra, sem queixume, porque em algum momento ela escolhe, todos os dias pela amanhã que mesmo que por momentos não lhe apeteça ir, não está disponível a assumir as consequências ou mesmo que, claro que existem coisas que se podem fazer melhores que ir à escola, e na escola também existem coisas boas.

publicado por Momento de Mudança às 15:39 | comentar | favorito
21
Out 10

Momento de Mudança

Esperei até hoje para poder partilhar uma conquista minha.

 

Em momentos que “tudo” parece estar contra nós, em que falamos de crise, cuidados e medos, eu decidi criar a minha própria empresa promotora de mudança, de melhoria, de aumento de recursos.

 

Podemos perguntar o que faz a diferença. Porque uns parece que conseguem “tudo” e outros “nada”? Porque parecem existir pessoas com tanta sorte e outras com tão pouco disso?

 

Um destes dias o livro “Um coelho cheio de Sorte” veio parar à minha mão e logo aos meus olhos, a sua leitura é fácil e muita clara. Este coelhinho tinha uma vida “normal”, trabalha onde a maior parte dos coelhos trabalha, na apanha da cenoura, e como muitas outras cidades a coelholândia estava num momento de crise, e o nosso coelho perdeu o emprego e a primeira reacções foi culpar todos os colegas, porque não o tinham ajudado, o patrão porque tinha decidido de entre tantos coelhos despedi-lo a ele e até chegou a culpar os pais porque decidiram que ele nascesse! Um dia difícil para o nosso coelho! Até que no caminho para casa e a passo lento, foi pensando nos dias, nos anos que esteve na apanha da cenoura e olhando bem lá para trás viu que não tinha grandes saudades, afinal não gostava nada da apanha da cenoura e que existiam outras coisas que fazia com tanto gosto, mesmo em casa e que não se lembrava do dia em que tinha sorrido de manhã nos dias em que tinha que ir trabalhar…talvez até tivesse sido bom ser despedido!

Este pensamento muitas vezes surge, mas afinal o que nos faz evita-los! Eu diria o medo. Sim, essa emoção que parece que nos movimenta em caminhos que não correspondem, mas o facto faz mexer. Temos medo de não corresponder, de ser dados como temporariamente loucos e até irresponsáveis.

 

“Nos dias que correm não se pode correr riscos”, eu diria que nos dias que correm o melhor é correr riscos e arriscar ser diferente, ir contra a maré. Ser único pode ser fantástico e melhor ainda é que a tendência é sermos únicos por um tempo muito curto, porque existe sempre alguém que vê o nosso sucesso e nos acompanha.

 

Assim, num momento de “crise” eu decidi criar a minha empresa de Mudança!

publicado por Momento de Mudança às 11:52 | comentar | ver comentários (1) | favorito