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Tenho-me deparado com algumas pessoas tristes, insatisfeitas e que sentem que nada funciona e isso tem-me feito pensar: O que poderia ser diferente?

 

São pais, são os filhos e até aqueles que decidiram ser solteiros e tios os que se debatem com a insatisfação do dia-a-dia, com a sensação contínua que não fazem o suficiente. E se fizessem? Se um dia destes de facto eles sentissem que tinham feito o que era necessário para se sentirem satisfeitos, o que teriam feito? Esta foi a minha pergunta e a resposta foi: - Não sei o que faria!

Será que não sabe? Ou há algo no seu cérebro, sem que esteja muito certo de como, crie essa sensação de não saber. Será possível o nosso cérebro “trabalhar” como nosso inimigo?

 

Pela minha própria experiência, acredito que muitas das vezes o nosso lado Maquiavel se empenha, de facto, em encontrar formas de nos “minar” as ideias. Que existem momentos em que, como se de um ser inato, se mexesse para atrapalhar. Claro, que isto seria verdadeiro se acreditasse que duas pessoas podem viver dentro do mesmo corpo e, de facto, não acredito! Assim, terei que devolver a questão: Se não é um outro eu que me “mina” as iniciativas, serei sempre eu, eu mesmo? … Tenho a vontade de dizer que sim!

 

Desta forma, cada uma destas pessoas com quem falei me foi revelando por entre palavras, gestos e olhares, que algumas vezes vivia coisas em que não a creditava, fazia coisas que numa outra vida não faria, que alguns dias até sente que deixou a razão em casa! Sim, algumas vezes estamos muito centrados nos outros, nas expectativas dos outros sobre nós e nós também já sabemos que nós gostamos de corresponder, de ser amados, de ser reconhecidos.

 

E o Eu, onde está o Eu? Que EU entrego aos outros, quando nem eu sei onde esse Eu está? Está aí, em ti. Procura, fecha os olhos e encontra, pergunta, bate às várias portas que encontrares e em alguma delas estará o teu Eu.

publicado por Momento de Mudança às 22:17 | comentar | favorito