06
Jul 11

As sapatilhas de pontas

Ontem fui a uma dessas lojas de desporto, grandes e que guardem para si a ideia que têm mais de 63 desportos sobre o mesmo tecto...E às vezes eu acredito. Tinha na ideia comprar umas meias pontas (calçado para ballet)!

 

Esta tarefa revelou-se mais dificil do que eu tinha previsto e até mais morosa. Existiam dois modelos e não foi este facto que fez com que fosse dificil ou moroso. Pois rapidamente me decidi por umas que eram para aprefeiçoamento, acabando logo com o sindrome do principiante. O que fez com que torna-se esta ida às compras dolorosa, foi....Que ao lado, e bem ao lado, desta sapatilhas estavam as pontas! Aquele cor-de-rosa claro com fitas suaves a entrelaçar a perna delineada e forte. Aquelas com que cada salto ganha a amplitude do mundo e do céu tudo num mesmo plano. Essas sapatilhas de pontas que eu ainda não tenho treino suficiente para usar, aquelas que mesmo lindas o meu pé ainda não aceita.

 

Andei às voltas pelo espaço e fui olhando outras coisas para ver se a minha mente esquecia aquela cor. E a minha mente não queria esquecer, eu não queria esquecer. Rondei aquela estante e voltei a olhar e pensei "experimentar não irá fazer mal nenhum". E foi esse o momento em que tirei as minhas sapatinhas e calcei, sem medo, sem temor as pontas que o meu pé ainda não está preparado para usar.

 

Tenho a noção que neste momento me entrou uma poeira para os olhos pois do nada, chorei!

 

Aquelas pontas eram lindas, cor-de-rosa e magoavam o meu dedo grande e o meu corpo ainda não subia com a leveza que eu já vira outros corpos subir. E eu olhei para mim e por momentos, segundos, eu pensei que pesava 100 kg, estava fora de prazo, longe ...muito longe do meu objectivo.

 

Foram alguns segundos, porque nesse momento algumas pessoas invadiram a minha mente...todas aquelas que acreditam em mim, todos os meus formandos que ouvem as minhas palavras, todas as meninas que ensaiam horas e horas para que fique extraordinário. Estas pessoas ficaram na minha mente e ainda hoje cá estão. E eu sei que se todas estas pessoas estão na minha mente, eu estou dentro do meu objectivo, eu estou a trabalhar e a treinar para o meu objectivo. Eu sei que vou ter treinar mais, fazer melhor e se for preciso perder peso!

 

E vou calçar uma pontas e elevar meu corpo ao céu, a mim e a ti e a deus!

 

publicado por Momento de Mudança às 11:37 | comentar | favorito
05
Jan 11

Caixa do Nada

Estive de férias! Fabuloso como podemos estar de férias a produzir ainda mais. Pois foi isso que eu fiz, tirei férias e o meu cérebro não parou…Pois eu sei, ele não pára assim sem mais nem menos e eu continuo de boa saúde, mas entendem o que eu quero dizer.


Então passei algum tempo a desenvolver, se isso é possível a minha “caixa do nada”.


Vários estudiosos aceitam que os cérebros do homem e da mulher são distintos, não só em tamanho mas também na sua estrutura. Isto é, sabemos que o tamanho não importa, e o que fazemos com ele é muito mais relevante. Assim, esses mesmos autores admitem que os homens têm a sua actividade cerebral organizada por caixas, digamos por modalidades de assuntos, grandes temas e esses mesmo temas não se misturam, não se mesclam…que coisa mais estranha. Pois é, e parece que é mesmo assim! E nós mulheres, pois já se imagina, não existem caixas, é tudo ao molho e fé em deus. O que quer dizer que conseguimos estar a pensar no que vamos fazer logo ao jantar, a doença do gato, a roupa para a menina e ainda a cara estranha que fez aquela pessoa hoje de manhã e produzir perguntas: será que ela está bem?


Cansada? Claro! É assim que nós funcionamos, segundo esses senhores que estudam o cérebro, e então eu lembrei-me que queria também ter uma caixa do nada, um momento em que ficamos sem pensar de facto em nada, num vazio de produção mental…é que deve ser mesmo relaxante. A contar com o ar do meu companheiro, quero mesmo acreditar que sim.


Então no percurso da minha história e conquista, dei por mim a parar de pensar…pois, talvez não no primeiro dia, pois dava por mim a retirar sentido de alguns ruídos que me invadiam. No segundo dia, também julgo que não fui eficaz, porque eu sentia-me estranha e a medir o tempo, logo ainda não tinha atingido o acto de me babar acordada. Ao terceiro dia, já não sei em que pensava, o que não quer dizer que não pensasse. Ainda não sei se já atingi a caixa do nada, no entanto, o meu companheiro diz que às vezes eu pareço aluada, longe, sem reacção em frente a televisão e se de facto ele me perguntar o que estava a dar eu respondo - Não sei!


Será que esta história da caixa do nada é uma questão de treino? Se é eu chego lá. Ai chego, chego, nem que tenha que fazer feitiço. Porque também quero momentos de nada, de babar em frente a televisão, de ser mais sem ser nada…Deve ser brutal.

 

Um excelente 2011

publicado por Momento de Mudança às 14:57 | comentar | favorito